Agropecuária terá forte participação na produção de energia do futuro

Por Tany Souza

Segundo a Rota Estratégica Nova Economia 2030, elaboração organizada pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), a participação do setor agropecuário será fundamental na consolidação de matrizes energéticas cada vez mais limpas e sustentáveis.

A rota estratégica ou roadmapping é um processo de planejamento que facilita a identificação de novos produtos, processos e serviços necessários para enfrentar adversidades e para aproveitar novas oportunidades. Nela há oito temas onde especialistas levantaram ações para focar no desenvolvimento de cada um desses asss para focar no desenvolvimento de cada um desses temas.ciamento de riscos.untos. Em “Energias Renováveis”, o agro terá forte participação em dezenas de ações recomendadas.

O pesquisador da Embrapa Alexandre Alonso, um dos especialistas que fez parte da Rota Estratégia, acredita que o setor agropecuário terá importância cada vez maior na transição para matrizes energéticas mais limpas. Ele explica que a pesquisa mundial se volta para o hidrogênio como combustível, com horizonte de longo prazo, uma vez que é uma fonte com zero emissão de CO2. Entre as várias rotas para a obtenção do elemento, a mais sustentável é a do hidrogênio verde, resultado de processos como a reforma do etanol, através do gás de biomassa ou pela eletrólise da água; nesse caso, com uso de energia solar ou eólica. “Mais uma vez, a agroenergia terá muito a contribuir para o balanço de carbono, uma vez que a reforma do etanol, chamada de rota verde-musgo, pode apresentar emissões neutras ou mesmo negativas, ou seja, é capaz de capturar carbono da atmosfera”, ressalta ele.

De acordo com Felipe Prado Ribeiro, Diretor Técnico responsável pelas áreas de RD Equipamentos, Responsabilidade Civil e Agrícola da Sompo Seguros, a agricultura desempenha um papel vital na produção das energias do futuro, especialmente no que diz respeito às tecnologias renováveis, como as placas solares, por exemplo. “Com o avanço das energias limpas, a integração da agricultura com a produção de energia solar tem se mostrado uma tendência promissora. Isso porquê já está comprovado que não há competição de área entre geração solar e o cultivo. Essas são atividades complementares”.

A implementação de fazendas solares em terras agrícolas já existentes pode não apenas aumentar a produção de alimentos, mas também fornecer uma fonte adicional de renda para os agricultores. “Muitos dos projetos de instalação de usinas solares acontece em áreas improdutivas. Além do arrendamento de terras para instalação de usinas, as propriedades rurais também desenvolvem projetos que terão como função servir de fonte de energia para cercas elétricas, irrigação de plantações, bombeamento e refrigeração”, comenta o diretor.

Segundo dados da Absolar – Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, atualmente existem mais de 184,7 mil sistemas de geração distribuída de energia solar em propriedades rurais, o que representa 8,8% do total do brasil. Outro dado interessante é que as propriedades rurais têm uma potência instalada de 3.437,6 MW, o que representa 14,7% do total brasileiro.

Nesse contexto, os produtos de seguros específicos para cobrir possíveis danos ou perdas relacionadas às placas solares é crucial para proteger os investimentos e promover a confiança dos proprietários de terras e investidores no setor. “Dado que as placas solares estão sujeitas a diversos riscos, como condições climáticas extremas e danos elétricos, a disponibilidade de seguros específicos para esses sistemas pode ser um catalisador importante para a adoção mais ampla da energia solar, como é o caso do seguro para Placas de Energia Solar Fotovoltaica, que a cobertura dessas placas com propósito de geração de energia para o próprio segurado. Além disso, o valor correspondente à mão de obra e custo de instalação pode ser somado à cobertura básica”.

Fonte: site da Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária