Atual cenário aponta para uma tendência de aumento nas taxas deste tipo de proteção

Por Carlos Alberto Pacheco

Durante a durante a Conseguro 2025, Pedro Farme de D’Amoed, CEO da Guy Carpenter, confessou ao portal Seguro Rural Brasil que é um entusiasta do tema seguro paramétrico. Pedro foi um dos palestrantes do painel “O papel do setor de seguros no enfrentamento da transição climática”.

Segundo o executivo, a aplicabilidade do seguro paramétrico é múltipla. “É possível aplicar essa solução evidentemente para o campo, mas também voltada à geração de energia”, destacou. Pedro reforçou o uso do seguro tanto na matriz hídrica, quanto na eólica. Em sua análise é preciso ter parâmetros independentes e mensuráveis para a utilização adequada do seguro.

“O paramétrico é um produto bom para quem vende e também para quem compra porque ele é muito tangível no que se refere à indenização e aos gatilhos de cobertura”, explicou. “Sou um fã”, emendou Pedro. Segundo o CEO da Guy Carpenter, o produto é ótimo para aplicação de demandas governamentais. O executivo lembrou a contratação de seguro paramétrico oferecido pela Guy Carpenter ao governo do Chile em função de um terremoto que afetou o país. “Como disse, é um produto adaptável para várias soluções”, concluiu.

Um ano após as históricas enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, as empresas vêm buscando, cada vez mais, proteção por meio de seguros paramétricos. A seguradora paga ao cliente um prêmio sempre que um determinado evento atingir uma certa intensidade ou perda previamente acordados. Estimativas da corretora de seguros Marsh Brasil apontam que, entre 2023 e o ano passado, houve expansão entre 20% e 25% na contratação desse tipo de seguro. 

“Essa tendência reflete a crescente conscientização das empresas sobre a importância de se protegerem contra eventos climáticos extremos, e a busca por soluções mais eficazes para mitigar riscos associados às mudanças climáticas”, observa Ângela Lacerda, superintendente de seguro de crédito, garantia e paramétrico da Marsh. Uma das vantagens dessa espécie de seguro é que ela permite que as companhias afetadas deem continuidade a seus negócios e se recuperem, o mais rápido possível, de eventos climáticos extremos. 

Quanto aos valores das apólices, o cenário atual aponta para uma tendência de aumento nas taxas de seguro paramétrico, refletindo a crescente preocupação com os riscos climáticos e a necessidade das companhias de se adaptarem a essa nova realidade. “Isso pode levar a um aumento nas taxas de seguro, uma vez que as seguradoras buscam se proteger contra perdas financeiras maiores”, pondera a executiva.