O seguro como pilar da agenda climática brasileira
- 3/ novembro / 2025
Casa do Seguro na COP 30 destaca o papel do setor na inteligência de risco e na proteção da economia diante de eventos climáticos extremos

Camila Feriani
O setor de seguros deixou de ser apenas um mecanismo de indenização para se tornar uma das principais plataformas de inteligência de riscos no país. Em um cenário no qual 94% dos municípios brasileiros já decretaram situação de emergência ou calamidade por eventos climáticos, a capacidade de antecipar, mensurar e mitigar riscos se tornou estratégica para a economia, para a segurança alimentar e para a resiliência das cidades.
Esse movimento ficou evidente no evento pré-COP30 realizado em Brasília pela Casa do Seguro, que reuniu lideranças públicas e privadas para discutir a posição do mercado brasileiro na agenda climática global. Mais do que um encontro institucional, foi um sinal claro: o seguro está no centro das decisões que determinarão como o país irá proteger seu território, seu campo, seus recursos hídricos e sua infraestrutura crítica diante da intensificação de eventos extremos.
A mudança climática deixou de ser previsão futura e passou a ser variável de custo, operação e continuidade de negócio. Safras comprometidas, interrupção de cadeias logísticas, danos patrimoniais e deslocamento populacional impõem novas demandas ao sistema financeiro. Nesse contexto, o setor segurador oferece algo singular: dados históricos, modelagens atuariais e capacidade de precificação de cenários que orientam desde políticas públicas até estratégias empresariais.
A Casa do Seguro carrega, portanto, um papel que vai além da representação institucional. Ela articula a conexão entre regulação, inovação e governança de risco, contribuindo para que o Brasil avance em uma agenda climática baseada em evidências, responsabilidade e coordenação entre setores.
Na COP30, em novembro, essa visão ganha palco global. O Brasil chega ao evento não apenas como um país impactado pelos eventos climáticos, mas como protagonista na construção de modelos de proteção e adaptação que podem influenciar mercados emergentes em toda a América Latina.
A agenda climática já não é uma discussão ambiental isolada. É estratégia de desenvolvimento, investimento e competitividade. E o seguro está no centro dela.