23 de April de 2025
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O resseguro e o agronegócio

  • 14/ abril / 2025
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O resseguro e o agronegócio

Por Renato Cunha Bueno*

Ele está presente, de alguma maneira, em praticamente todas as formas de seguro. O resseguro está lá, mas a gente em geral não “vê. É conhecido como “seguro das seguradoras” por compartilhar dos riscos aceitos pelas companhias por meio de contratos automáticos ou colocações facultativas.

A gente não “vê”; Porquê? Os contratos automáticos dão autonomia para as seguradoras aceitarem e taxarem dentro de parâmetros predefinidos. O ressegurador só interfere nos casos de aceitações especiais para riscos que fogem das regras do contrato. Já nos riscos facultativos, o ressegurador atua de forma direta taxando, aceitando e, muitas vezes, controlando ou participando da liquidação de sinistros. Este é um mercado de especialistas em numerosas atividades.

Algumas atividades de negócio que não são aceitas pelas companhias de seguros ou que são aceitos apenas com restrições de cobertura associadas a taxas e franquias elevadas, acabam muitas vezes sendo acolhidas como riscos facultativos pelo ressegurador. Pode-se dizer que os resseguradores estão muito próximos da subscrição de riscos na ponta para o agro na maioria das outras atividades.

No risco climático de lavoura, por exemplo, o ressegurador dosa a “quantidade de seguros” que a seguradora pode vender, define as regiões de atuação, as culturas aceitas, alteração de taxas precisas e a abertura e encerramento de vendas. Com frequência, os produtores agrícolas possuem muitos equipamentos de grande porte como pivôs, tratores, colheitadeiras de todo tipo, drones e muitos outros itens espalhados em diversas apólices de balcão do mercado segurador.

Se o valor do conjunto dos equipamentos é grande (prêmios a partir de cerca de R$ 300 mil ou mais), o resseguro facultativo pode produzir soluções de cobertura, preço e aceitação generosas e fora do padrão para equipamentos de todo tipo de até vinte anos. Como disse anteriormente: o resseguro está em todos os seguros, mas a gente não “vê”.

​Renato da Cunha Bueno Marques é um especialista em seguros com ampla experiência no setor. Atualmente, atua como coordenador da Comissão de Riscos de Engenharia e Resseguros do Sincor-SP, onde tem se destacado na promoção e esclarecimento sobre o seguro paramétrico, uma modalidade inovadora que utiliza parâmetros climáticos para proteger produtores rurais contra eventos adversos. Além disso, atuou em corretoras de seguros por mais de três décadas, onde ocupou o cargo de gerente-geral.

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