Gerenciamento de Risco no Agro e a COP30: hora de enxergar além
- 1/ setembro / 2025
Do seguro rural às práticas sustentáveis, é hora de mostrar ao mundo que o Brasil antecipa riscos e lidera soluções
Por Elisa Rodrigues*
A águia é conhecida por sua capacidade de enxergar longas distâncias e agir com precisão. No campo, essa metáfora se traduz em algo fundamental: a necessidade de olhar além do presente e antecipar riscos que podem comprometer o futuro do agronegócio brasileiro.
O gerenciamento de riscos deixou de ser opcional para se tornar estratégico. Segundo dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), mais de 70% da área agrícola brasileira depende de fatores climáticos de alto risco, e eventos extremos – como secas e enchentes – têm gerado prejuízos bilionários ao setor. Apenas em 2023, as perdas com estiagem no Rio Grande do Sul ultrapassaram R$ 20 bilhões, segundo a CNA.
Esses números mostram que o setor precisa adotar práticas robustas de mitigação, combinando instrumentos como seguro rural, crédito agrícola sustentável e tecnologia de monitoramento climático. A CNseg aponta que o mercado de seguro rural já ultrapassa R$ 10 bilhões em prêmios anuais, mas ainda cobre uma fração da demanda potencial do campo.
E por que isso é urgente agora? Porque em 2025 o Brasil sediará a COP30, em Belém (PA), e todos os olhares estarão voltados para nossa capacidade de conciliar produção agropecuária, sustentabilidade e gestão eficiente de riscos. Mais do que produzir em larga escala, será preciso provar ao mundo que o Brasil tem visão estratégica, que antecipa problemas e se posiciona como protagonista da transição verde.
Assim como a águia enxerga além, o agro brasileiro precisa ampliar sua visão: não basta proteger a safra de hoje, é preciso garantir a sustentabilidade do setor e a segurança alimentar global de amanhã.

Elisa Rodrigues é Conselheira Consultiva da Diversity on Boards e integrante da Sou Segura, onde atua ativamente pela valorização da mulher no mercado de seguros e promove a equidade de gênero no agronegócio, incentivando a presença feminina em posições de liderança. Sua trajetória é marcada por uma combinação entre experiência técnica, visão estratégica e compromisso com o desenvolvimento sustentável do setor agro. Iniciou sua carreira atuando com capacitação e treinamento de trabalhadores rurais, reforçando desde o início seu propósito de transformar o campo por meio do conhecimento. É uma executiva que possui voz ativa em eventos e mídias especializadas, contribuindo para um agro mais moderno, sustentável e diverso.