Evento destaca integração entre ciência, tecnologia e mercado para enfrentar eventos extremos
- 27/ novembro / 2025
Especialistas e lideranças em São Paulo marcam novo capítulo para a adaptação climática no Brasil
Por Tany Souza

Organizado pela MeteoIA, o I Fórum de Previsão de Riscos Climáticos, realizado essa semana (25) no Hub Green Sampa, em São Paulo, trouxe para discussão a gestão de riscos, ao reunir pesquisadores, gestores públicos, executivos, especialistas em infraestrutura e representantes do mercado de seguros.
O diretor Comercial da MeteoIA, Daniel Protasio, iniciou o evento enfatizando que os eventos climáticos extremos deixaram de ser exceções e se tornaram parte do nosso dia a dia. “Já não falamos mais sobre isso no futuro, mas quando e qual será o impacto nas cidades, infraestruturas, pessoas e no agronegócio?”.
Daniel também comentou uma análise da Organização Meteorológica Mundial, a WNO, mostra que de 1970 a 2019 o mundo perdeu em média 202 milhões de dólares por dia em desastres relacionados ao clima. Segundo a OMS, nos últimos 20 anos o número de desastres relacionados ao clima aumentou por mais de 80% e mais de 100 milhões de pessoas por ano, são afetados por desastres climáticos; o número de desastres aumentou mais de 80% em vinte anos, afetando mais de 100 milhões de pessoas por ano; e, no Brasil, entre 2014 e 2023, foram R$ 421 bilhões em danos materiais”.
O primeiro painel abordou como transformar dados em métricas e modelos que orientam prevenção, resposta e políticas públicas. Francinelli Francisco, doutoranda em Ciências Ambientais e pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), por meio do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), apresentou o Atlas de Desastres e Plataforma AdaptaBrasil, mostrando a estrutura de indicadores de risco e sua aplicação no planejamento público. “Nós temos atualmente alguns indicadores que estão voltados para o agro, tanto no setor de recursos hídricos, quanto no setor de segurança alimentar”.
Francinelli explicou que as seguradoras estão fazendo a capacitação da Adapta Brasil para entender quais são os riscos em relação a todas as regiões do Brasil. “Para que entendam como a apólice pode ser influenciada por esse risco e como atender seus segurados. Algumas inclusive estão pegando dados do Adapta e já analisando com dados específicos das seguradoras, fazendo esse cruzamento de informação”.
O evento contou com a mediação de Dr. Thomas Martin, cofundador da MeteoIA e PhD em Ciências Atmosféricas; do Dr. Gabriel Perez, cofundador da MeteoIA e PhD em Ciências do Clima; e de Márcia Ribeiro, diretora de Riscos e Empreendedorismo da ABGR (Associação Brasileira de Gerência de Riscos). Nos painéis os debatedores foram Gustavo Bourdot Back, especialista em Engenharia Geotécnica e Defesa Civil do CEPED/UFSC (Centro de Estudos e Pesquisas em Engenharia e Defesa Civil da Universidade Federal de Santa Catarina); Paola Bueno, especialista em previsões sazonais e sub-sazonais; o pesquisador Elton Escobar, pós-doutorando do CEMADEN (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), Mariana Bosso, gerente de Capex (investimentos) e Ativos do Grupo Arteris; Eduardo Galeskas, gerente de Sustentabilidade da incorporadora Mitre Realty; Raidel Báez Prieto, especialista em Riscos Climáticos e Seguros Paramétricos da Howden Re Brasil.