A companhia avança em culturas, tecnologia e distribuição, consolidando posição entre as líderes do agronegócio segurador

Por Tany Souza

A Allianz vem ocupando um espaço estratégico no seguro rural em um momento em que o próprio mercado recuou. Os números falam alto: enquanto o segmento registrou queda de 7% no acumulado de janeiro a agosto (R$ 8,6 bilhões), a Allianz avançou 54%, atingindo R$ 416 milhões em prêmios no mesmo período, segundo dados da Susep.

Durante a COP30, Maurício Masferrer, diretor executivo de Negócios Corporativos da Allianz, comentou sobre as mudanças climáticas e o impacto no agronegócio. “O setor agrícola é o setor mais exposto a essa transição e o seguro é de suma importância para garantir a segurança financeira do produtor, após um evento de perda”, comentou ele. Hoje, a companhia está presente nas principais culturas do país — soja, milho e trigo, que representam boa parte do mercado, mas também expandindo para outras.

No cultivo agrícola, o contraste é ainda mais expressivo: o mercado caiu 19%, enquanto a companhia cresceu 59%, alcançando R$ 339 milhões e assumindo o segundo lugar nacional. Em equipamentos agrícolas, o setor subiu 1,8%, mas a Allianz acelerou 37%, somando R$ 77 milhões em apólices.

Esse desempenho se apoia em uma estratégia nítida: ampliar portfólio, diversificar culturas, reforçar canais e adotar inteligência de dados para uma análise de risco muito mais precisa. Em 2025, a companhia entrou com força em 13 novas culturas — de amendoim e arroz a triticale e tomate — consolidando presença nas principais demandas reais do produtor e mirando relevância nas dez maiores culturas do agronegócio brasileiro.

A expansão dos canais de distribuição também mudou o jogo. Ao se associar a parceiros com maior capilaridade, a Allianz aproximou sua operação da dinâmica diária do produtor rural e ampliou capacidade de leitura regional. Essa proximidade tem sido complementada por um salto tecnológico: saiu-se do modelo padronizado por município e avançou-se para análises individualizadas, com uso intensivo de imagens de satélite, score de produtividade, variáveis climáticas de fontes como o NOAA e modelos preditivos, como o Burning Cost — metodologia que calcula o custo puro do risco considerando o comportamento histórico dos sinistros.

Cerca de 25% da carteira atual já opera nesse modelo personalizado, que melhora a adequação da cobertura e torna o seguro mais acessível e coerente com o perfil de risco de cada propriedade. A modernização do campo também impulsiona outra frente de expansão: o seguro para equipamentos agrícolas. Com maquinário cada vez mais sofisticado e de alto valor agregado, o produtor está mais atento a proteger ativos essenciais para a continuidade das operações. A Allianz acompanha essa evolução desde 1998, garantindo máquinas de grande porte com tecnologia embarcada.

O portfólio inclui ainda seguros de propriedades rurais, com coberturas para incêndio, danos elétricos, vendaval e alagamento, protegendo desde residências e granjas até instalações e mercadorias. No seguro agrícola, a companhia oferece soluções para diversas culturas e mantém produtos sazonais, como o destinado a uvas de mesa e vinho, comercializado entre março e julho e voltado especialmente à região Sul e municípios estratégicos de São Paulo.

Em um mercado cada vez mais pressionado por volatilidade climática, modernização acelerada e necessidades regionais muito distintas, a Allianz demonstra que crescer no seguro rural não é obra do acaso. É resultado de estratégia, tecnologia e aderência fina ao ritmo real do campo — terreno onde relevância se conquista safra após safra.