Chineses interrompem compras de soja dos EUA e fortalecem posição do Brasil no mercado global

Por CBN Agro

Pela primeira vez em quase sete anos, a China deixou de adquirir qualquer volume de soja da safra nova dos Estados Unidos. O último registro de uma paralisação desse tipo havia ocorrido em novembro de 2018.

As recentes tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo voltaram a influenciar o mercado global do grão, abrindo espaço para que o Brasil amplie sua participação nas exportações. Diante do impasse, o país asiático tem buscado diversificar seus fornecedores — e o Brasil desponta como principal alternativa para suprir essa demanda.

Em comentário no programa CBN Agro, Rafael Salomão, editor assistente da Globo Rural, contou que, conforme os dados divulgados do próprio Governo Chinês, em setembro o país não fez nenhuma compra de soja dos EUA, o que preocupa os americanos, pois a China é o maior comprador global.

Segundo autoridade alfandegara chinesa, houve remessas de 10 milhões e 960 mil toneladas de soja brasileira para a China só em setembro. Esse volume é 30% maior que o no mesmo período em 2024 e representa 85% do que a China comprou no mês. A Argentina, nessa mesma comparação, em setembro deste ano e do ano passado, também aumentou o volume embarcado de soja para China, com 1,17 milhão de toneladas, mas a participação do país no total foi bem menor que a do Brasil, de apenas de 9%.