18 de October de 2024
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As práticas sustentáveis de gestão agrícola e pecuária

  • junho 5, 2024
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Por Elaine Teixeira* Algumas técnicas são cruciais, tanto para contribuir quanto para mitigar as alterações climáticas. No Brasil e no mundo, diversas estratégias têm sido exploradas para reduzir

As práticas sustentáveis de gestão agrícola e pecuária

Por Elaine Teixeira*

Algumas técnicas são cruciais, tanto para contribuir quanto para mitigar as alterações climáticas. No Brasil e no mundo, diversas estratégias têm sido exploradas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e aumentar a sustentabilidade no setor agropecuário. O intuito aqui é examinar práticas relevantes com potencial significativo para impactar as mudanças climáticas, extraindo insights de vários estudos de pesquisa.

Dentro deste insights, a intensificação da produção pecuária, como recuperação de áreas degradadas, sistemas integrados de produção agropecuário, tais como sistemas agroflorestais e silvipastoris, manejo assertivo de pastagens, podem reduzir as emissões de GEE por quilograma de carne bovina produzida, por exemplo Além disso, ganhos de produtividade na pecuária podem ajudar a evitar o desmatamento e reduzir mudanças no uso da terra, contribuindo significativamente para a diminuição das emissões de GEE.

A combinação de produção agrícola, florestal e pecuária em uma única área, promovem a biodiversidade e a eficiência do uso dos recursos, são eficazes no aumento de sequestro de carbono. Esses sistemas são altamente sustentáveis e podem aumentar a resiliência das operações agrícolas contra eventos climáticos adversos. A diversidade de culturas e atividades reduz o risco de perda total, uma vez que a falha de uma componente pode ser compensada pelo sucesso das outras.

O termo agricultura inteligente para o clima ( Climate-Smart Agriculture -CSA), que inclui práticas como plantio direto, culturas de cobertura e uso de corretivos orgânicos, demonstrou aumentar os estoques de carbono no solo, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas. A adoção em larga escala dessas práticas é crucial para alcançar benefícios climáticos significativos e cumprir os compromissos climáticos nacionais.

A pesquisa indica que a intensificação da produção pecuária, os sistemas integrados de produção agrícola e pecuária, a agricultura inteligente para o clima e a intensificação agrícola sustentável são práticas essenciais para mitigar as alterações climáticas. Essas práticas não apenas reduzem as emissões de GEE, mas também aumentam o sequestro de carbono no solo e melhoram a sustentabilidade global dos sistemas agrícolas. A adoção dessas práticas em maior escala, apoiada por educação, incentivos e intervenções políticas, é fundamental para alcançar uma mitigação significativa das mudanças climáticas no Brasil e no mundo.

É relevante destacar que internacionalmente, a adoção de tecnologias agrícolas avançadas, como a agricultura de precisão e a biotecnologia, tem potencial para aumentar a eficiência da produção e reduzir a necessidade de expansão das terras agrícolas. Um exemplo disso é o uso de tratores e implementos modernos, que são frequentemente mais eficientes e menos poluentes, se alinhando com práticas sustentáveis e sendo passíveis de seguros mais favoráveis. Drones auxiliam no monitoramento preciso das condições das culturas, promovendo uma gestão mais eficaz e sustentável.

Além disso, políticas de conservação e restauração de ecossistemas, como a restauração florestal e a proteção de áreas naturais, são cruciais para manter a integridade dos serviços ecossistêmicos e mitigar os impactos das mudanças climáticas.

A pesquisa brasileira tem andado a passos largos em direção a esse propósito, na busca por uma abordagem de produção mais holística, resiliente e  sustentável do agronegócio.

Elaine Teixeira é professora do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de São João del Rei, Formada em Zootecnia pela Universidade Federal de Lavras. Mestre em Produção Vegetal no Semiárido pela Universidade Estadual de Montes Claros. Doutora em Zootecnia pela UFMG. Atuo nas áreas de Sistemas Agrosilvipastoris, Plantas Alternativas na Alimentação de Ruminantes, Agropecuária Regenerativa, Pecuária Sustentável, Conservação e Manejo de Fauna Silvestre.

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