Inovação marca novo momento do mercado, com foco em riscos climáticos e agilidade na indenização

Por Tany Souza

Aon anunciou o fechamento da primeira apólice de seguro paramétrico para floresta no Brasil, firmada com a Faber-Castell. O produto, voltado à cobertura de incêndios florestais, representa um marco no avanço das soluções climáticas e tecnológicas no país.

Segundo Thiago Lang, diretor de especialidades da companhia, a empresa já possuía um seguro tradicional, mas buscava uma camada adicional de proteção. “Eles tinham a necessidade de um seguro mais forte e completo para o incêndio florestal. Já existia o seguro convencional, com vistoria em campo, mas essa nova apólice traz uma cobertura complementar baseada em parâmetros objetivos”, explica.

O seguro paramétrico se diferencia por utilizar dados de satélite e indicadores predefinidos para identificar automaticamente o momento do sinistro — neste caso, a ocorrência de incêndio. Assim, a indenização é acionada rapidamente, sem depender da vistoria presencial, reduzindo prazos que antes podiam levar até seis meses para cerca de um mês.

Além disso, o paramétrico também se consolida como uma alternativa relevante de acesso ao capital, especialmente diante das limitações de capacidade do mercado segurador local. Esse modelo vem preenchendo lacunas em operações nas quais o seguro tradicional não consegue atuar — seja pela falta de cobertura adequada ou seja pela dificuldade de absorver riscos mais elevados.

Lang destaca que o modelo é especialmente relevante diante do aumento dos incêndios florestais em diversas partes do mundo. “O mercado de seguro florestal tem enfrentado dificuldades, como vimos no Brasil, na Califórnia, na Península Ibérica e na Austrália. Nesse sentido, a equipe de Resseguros da Aon busca capacidade em mercados internacionais, o que permite oferecer soluções mais robustas e adaptadas ao cenário de risco atual”, afirma.

Além do caso florestal, a Aon também conseguiu recentemente um seguro paramétrico para áreas agrícolas recém-convertidas ao plantio de soja, nas quais o risco é elevado e as seguradoras tradicionais têm restrições de cobertura, segundo Thiago Lang.

Com histórico global no desenvolvimento de produtos dessa natureza, a Aon vem expandindo o uso dos seguros paramétricos no país. Lang cita exemplos internacionais, como coberturas contra furacões e terremotos em Porto Rico, e explica que esse modelo é comum em iniciativas do governo americano por meio da FEMA, o Fundo Federal de Emergências. “O seguro paramétrico é uma ferramenta de gestão de risco e continuidade de negócios. Ele permite correlacionar indicadores climáticos com perdas financeiras, seja de receita, margem ou produtividade. E, além de proteger, cria oportunidades para nossos clientes”, conclui.