4 de December de 2025
Estudos

Liderança chinesa no fornecimento de fertilizantes ao Brasil

  • 2/ dezembro / 2025

Mesmo com a melhora no poder de compra dos produtores, há culturas que ainda enfrenta dificuldades

Por Globo Rural

O mercado brasileiro de fertilizantes encerra novembro com uma combinação de preços estáveis e demanda contida, refletindo mudanças significativas no comércio internacional do setor. Essa é a conclusão do relatório “CNA Insumos Agropecuários — Edição Novembro/2025”, elaborado pelo Núcleo de Inteligência de Mercado da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

A China se tornou o principal fornecedor de fertilizantes ao Brasil, superando a Rússia, graças ao aumento expressivo nas exportações de Sulfato de Amônio (SAM) e formulações nitrogenadas e fosfatadas. Entre janeiro e outubro, o Brasil importou 38,3 milhões de toneladas de fertilizantes, um aumento de 4,6% em relação ao mesmo período de 2024. A China foi responsável por 9,76 milhões de toneladas desse volume, o que gerou congestionamentos nos portos brasileiros, especialmente em Paranaguá (PR), com filas de até 60 dias para desembarque.

A CNA destaca que os preços dos principais fertilizantes permanecem sem perspectiva de alta, devido à demanda enfraquecida em grandes consumidores globais, como Índia, EUA e Brasil, o que mantém a tendência baixista. No entanto, a queda dos preços dos fertilizantes ao longo do ano trouxe alívio para os produtores, que agora enfrentam um cenário mais favorável. O algodão, no entanto, segue em cenário desfavorável, com fosfatados caros e queda na na in fibra. A soja enfrenta relação de troca apertada, especialmente em negociações com KCl. Já o café arábica é o único que apresenta melhora consistente na capacidade de compra do produtor.

De acordo com o relatório, até agosto, o Brasil recebeu 30,5 milhões de toneladas de fertilizantes, um aumento de 9% em relação a 2024. A CNA projeta um volume recorde de entregas em 2025, impulsionado pelo atraso nas aquisições no Rio Grande do Sul, que deve concentrar compras no fim do ciclo. Para 2026, a expectativa é de nova expansão, sustentada pelo aumento da área plantada e pela perspectiva de mais uma safra recorde no país.