3 de December de 2025
Tecnologia

COP30 – Marsh traz ferramenta que expõe riscos geopolíticos para o agronegócio brasileiro

  • 18/ novembro / 2025

Alerta evidencia dependências externas, tensões internacionais e rupturas globais

Por Tany Souza

A fala do Diretor de Consultoria de Riscos da Marsh Brasil, Marcos Mello foi direta ao ponto: o risco do agronegócio brasileiro não nasce apenas na fazenda — ele começa muito antes, em fronteiras distantes, decisões políticas internacionais, conflitos e cadeias globais altamente sensíveis. O Sentrisk, ferramenta da Marsh, vem justamente para iluminar essas vulnerabilidades que o produtor não enxerga no dia a dia.

“Quando olhamos para o agronegócio, precisamos entender que muitos dos insumos usados aqui dependem de países que podem entrar em conflito, sofrer sanções, enfrentar crises portuárias ou restrições de exportação”, destacou Mello. Ele lembrou que fertilizantes, defensivos, peças de máquinas, componentes eletrônicos e até tecnologias embarcadas vêm de mercados expostos a tensões geopolíticas.

O executivo explicou que esse tipo de dependência cria um risco silencioso. “Se um país fornecedor decide fechar fronteiras, limitar exportações, ou se um conflito interrompe rotas marítimas, o impacto chega direto na operação rural brasileira. O produtor muitas vezes não faz essa conexão.”

E é nesse ponto que o Sentrisk entra como ferramenta estratégica, mapeando todos os elos da cadeia e identificando onde a instabilidade política ou diplomática pode gerar rupturas. O modelo cruza variáveis internacionais, exposição cambial, concentração de fornecedores e rotas logísticas, criando uma leitura que vai muito além da fazenda.

Marcos reforçou que o agronegócio brasileiro, altamente integrado ao comércio exterior, não pode mais operar sem essa visão expandida. “A gente precisa quebrar a ideia de que o risco está só na lavoura ou no equipamento. Ele está também no país que produz o insumo, na rota marítima, na política externa e nas tensões globais que fogem totalmente do controle do produtor.”

Ao colocar a geopolítica no centro da discussão, a Marsh mostra que o maior risco do agronegócio, hoje, pode não estar na chuva, na praga ou no preço da commodity — mas em decisões tomadas a milhares de quilômetros, capazes de interromper toda a engrenagem que sustenta a produção brasileira.