11 de November de 2025
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Seguro rural em debate: produtores pedem revisão de critérios e fortalecimento da política de proteção

  • 7/ novembro / 2025

Setor produtivo cobra modernização do seguro rural e defende medidas emergenciais diante do aumento dos eventos climáticos extremos

Por Agência Senado

O debate sobre o seguro rural ganhou força no Congresso, impulsionado pela insatisfação de produtores que relatam negativa de indenizações mesmo após perdas provocadas por eventos climáticos severos. Representantes do setor agrícola defendem que a atual estrutura do seguro ainda é insuficiente para oferecer estabilidade financeira às propriedades, especialmente diante da frequência crescente de secas, enchentes e estiagens.

O presidente da Comissão de Seguro Rural da FenSeg, Glaucio Nogueira Toyama, defendeu que existam critérios técnicos claros na contratação e ressaltou que produtores que se considerem prejudicados podem buscar revisão na Justiça ou na Susep. “Os requisitos foram estabelecidos para garantir produtos melhores e cobertura adequada.”

Embora exista consenso de que o seguro rural é essencial, o debate mostra que ainda há um descompasso entre produtores, seguradoras e políticas públicas. O fortalecimento do seguro rural, com regras claras, previsibilidade e alinhamento técnico, aparece como condição necessária para que o país sustente sua produção em um cenário de clima instável e riscos cada vez maiores.

A senadora Tereza Cristina (PP-MS) destacou que o seguro rural é peça-chave para a continuidade da produção. Segundo ela, o país ainda opera um modelo focado na proteção ao crédito, e não à renda. “No seguro rural, ainda estamos engatinhando. Precisamos avançar para um seguro que garanta renda ao produtor.”

O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) reforçou que muitos agricultores ficaram desamparados mesmo cumprindo todos os critérios técnicos. “Os eventos climáticos extremos têm deixado produtores desassistidos. Há casos de negativas de cobertura que colocaram famílias inteiras em situação de risco financeiro.”

Para o presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Sérgio Luís Bortolozzo, a falta de seguro disponível neste ciclo é um ponto crítico. “Estamos plantando a maior safra da história sem cobertura adequada. Isso é inadmissível.”

O assessor da CNA, Guilherme Augusto Costa Rios, alertou que, se o fenômeno La Niña se confirmar, a inadimplência pode crescer significativamente em 2026.