Segundo o novo Boletim Susep divulgado, o setor arrecadou R$ 8,67 bilhões em prêmios nos oito primeiros meses de 2025

Por Tany Souza

A Superintendência de Seguros Privados (Susep) divulgou o novo Boletim Susep com os principais dados do setor de seguros, previdência privada e capitalização referentes ao mês de agosto de 2025. As informações são baseadas nos dados encaminhados pelas supervisionadas e estão sujeitas a eventuais atualizações em função de recargas do Formulário de Informações Periódicas (FIP).

Especificamente, os seguros de danos têm por objetivo garantir o pagamento de uma indenização ao segurado em caso de prejuízos causados por eventos como incêndios, acidentes, roubos, desastres naturais, entre outros, observadas as condições contratuais e as garantias contratadas. Alguns dos seguros de danos mais populares no Brasil são os seguros de automóveis, residencial, rural, habitacional (financiamento de compra de imóveis), fiança locatícia e garantia estendida.

Os seguros de danos acumularam R$ 95,07 bilhões em receitas no ano até o mês de agosto. Na comparação com o mesmo período de 2024, houve crescimento nominal de 6,39% e real de 1,17%. Porém, o seguro rural, que somou R$ 8,67 bilhões em prêmios — o equivalente a 9% do volume dos seguros de danos até agosto de 2025 — apresentou queda, em termos reais, de 11,26% na arrecadação quando comparado ao mesmo período de 2024.

Segundo Glaucio Toyama, presidente da Comissão de Seguro Rural da FenSeg, há alguns motivos para a diminuição significativa nos produtos de seguros rurais. “O mercado sofre por uma série de fatores, em especial por conta da retração das linhas de crédito, das inadimplências observadas ao longo dessas duas últimas safras e também pela redução do Programa de Subvenção ao Seguro Rural, que teve um corte bastante grande no plano deste ano, chegando a 42 pontos percentuais, sem nenhuma perspectiva de desbloqueio para a operação de 2025, afetando fortemente as vendas de seguros agrícolas no mercado brasileiro.”

Ele enfatiza que o grande impacto vem dos seguros agrícolas, pois as seguradoras têm sofrido bastante — e a situação ainda pode piorar. “Com esse corte no programa de seguro rural e a possível cobrança pelas seguradoras, até o final do ano, da parte relativa ao subsídio do produtor, pode ser que tenhamos mais cancelamentos. Esse número pode ser ainda menor, impactado pelo contingenciamento do governo e também pelo cancelamento das apólices por parte dos produtores, que não têm condições de pagar a parcela relativa ao subsídio.”

No geral, nos oito primeiros meses de 2025, o setor supervisionado pela Susep registrou receitas de R$ 279,91 bilhões, valor 2,81% menor, em termos nominais, que o observado no mesmo período de 2024. Já as indenizações, resgates, benefícios e sorteios somaram R$ 175,74 bilhões de janeiro a agosto, representando um aumento nominal de 8,96%.

Esses e outros dados estão detalhados no Boletim Susep de agosto, que pode ser acessado no site da Susep.