Zurich Seguros debate soluções para a resiliência e adaptação do país às mudanças climáticas
- 10/ abril / 2025
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Com a proposta de unir forças para enfrentar o grave e urgente problema dos impactos do clima, a seguradora reuniu representantes do setor público, da iniciativa privada e da ciência no evento Improve
Por Redação
Diante da intensificação e maior frequência de eventos climáticos extremos, como as enchentes no Sul ou a seca no Norte ou, ainda, os incêndios florestais e inundações em diversos pontos do país, não há como negar que é necessário ir além da prevenção. Para o CEO da Zurich Seguros, Edson Franco, é preciso também alcançar a resiliência climática, por meio de ações conjuntas entre seguro, governo, empresas e a ciência.
Com essa proposta, a Zurich Seguros realizou a edição de 2025 do seu tradicional Improve, tendo como tema “Unindo Forças: O Papel do Mercado de Seguros em colaboração com a Ciência, Setor Público e Empresas para Promover a Resiliência Climática”, reunindo mais de 200 pessoas, entre profissionais do mercado segurador, gerentes de risco de grandes empresas, autoridades e entidades no Palácio Tangará, em São Paulo.
“A questão climática se tornou tangível e bastante próxima de todos. No Brasil, a preocupação é com a população mais vulnerável, a mais atingida”, disse Franco, durante o painel “Resiliência Climática: Como a Parceria entre Mercado de Seguros, Setor Público e Empresas impulsiona a Transição para um Futuro Sustentável”. Ele destacou que o papel do seguro é melhorar o risco e evitar eventos que podem ser evitáveis.
O presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, manifestou sua preocupação com o despreparo das cidades brasileiras no enfrentamento dos riscos climáticos extremos. “Podem surgir desertos de seguros, porque o risco se torna tão grande que fica inviável”, disse. Para Julia Normande Lins, diretora da Susep, “o setor segurador tem a oportunidade de ser protagonista na questão climática”.
Cláudia Prates, chefe do Departamento de Transição Climática do BNDES, acredita que o trabalho conjunto seja o caminho para uma transição econômica justa. Já para André Andrade, economista e doutor em Ciência Política, a parceria público-privada pode ser uma alternativa para a transferência do risco climático ao setor público. Segundo Rafaela Barreda, vice-presidente da Fenaber, o resseguro pode colaborar com conhecimento para ajudar governos a implementarem medidas de prevenção aos riscos climáticos.
“Temos de ser honestos, o problema é cada vez mais grave”, disse Penny Seach, Global CUO Commercial Insurance Zurich Insurance, durante a apresentação do tema “Resiliência Climática: Uma visão global em seguros – Desafios, Oportunidades, Inovação, Serviços e Tecnologia – Zurich Resilience Solutions”. Para ela, a preocupação da indústria de seguros e das empresas deve ir além de apenas proteger o bem segurado. “Vimos em algumas tragédias climáticas que casas estavam em pé, mas ao redor estava totalmente devastado”, disse. Ou seja, os investimentos em resiliência e adaptabilidade devem considerar toda a comunidade próxima. Na visão de Penny, “é importante que também levemos proteção para a comunidade, que sofre com os mesmos riscos”, disse.
“As empresas não estão fazendo ações de resiliência só para aparecer, mas para se tornarem mais competitivas”, disse Felipe Bittencourt, CEO Way Carbon, na sua participação no painel Empresas e Sustentabilidade: Caminhos para Resiliência Climática. Nesse aspecto, a WEG S/A é exemplo. Segundo Daniel Godinho, diretor de Sustentabilidade e Relações Institucionais, a empresa incorporou a sustentabilidade nos seus negócios, priorizando a eficiência energética. “Quanto menos consumo de energia, menos emissões”, disse. Godinho também apresentou o serviço Climate Spotlight, realizado pela Zurich, que permitiu a identificação dos riscos climáticos que as unidades da WEG espalhadas por todo o mundo passarão a enfrentar nas próximas décadas, auxiliando no estabelecimento de planos de ação para mitigar os riscos advindos da mudança climática.
“É importante reconhecer que temos um problema. A chave da conexão é trazer o aporte da ciência, o setor público e o privado”, disse o cientista Lincoln Muniz Alves, coordenador-Geral de Integração Multinível e Análise de Risco do Departamento de Políticas para Adaptação e Resiliência à Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). Ele informou que nas últimas duas décadas o número de pessoas atingidas por eventos climáticos extremos aumentou dez vezes. “Qualquer mudança deve começar pela transformação das pessoas, ou não avançaremos na agenda climática e ambiental”, disse.
“O Brasil tem um compromisso ambicioso e responsável de reduzir suas emissões líquidas de todos os gases de efeito estufa”, disse Aloisio Melo, diretor de Política Climática do MMA. Ele acredita que o país atingirá essa meta, que é um dos alvos do Plano Clima, que tem foco na sustentabilidade e resiliência. Para Edson Franco, CEO da Zurich Seguros, todos devem se unir pela resiliência climática. “O setor de seguros tem a oportunidade de compartilhar conhecimentos para construir modelos preditivos que possam ser usados pelo poder público e iniciativa privada para aumentar a resiliência climática”, disse.