Seguro rural e agricultura: como se preparar para desastres naturais cada vez mais frequentes
- 15/ outubro / 2024
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Eventos climáticos extremos levam produtores a adotar seguros agrícolas para proteger suas operações e garantir sustentabilidade
Camila Feriani
As alterações climáticas estão tomando grandes proporções e atenção no âmbito nacional e internacional. O Brasil que até pouco tempo atrás, era um país que não se preocupava com catástrofes naturais e para o mercado segurador era tido como um país soft, hoje já está no radar dos Resseguradores e Seguradoras para uma análise com maior atenção nas subscrições de risco.
Diante deste cenário de inquietude, estratégias para transferência de risco às seguradoras, estão cada dia mais latentes nas conversas do pequeno ao grande produtor rural, seguindo para a indústria de alimentos e bebidas até o consumidor final.
Nos últimos anos, o Brasil tem enfrentado um aumento significativo na frequência e na intensidade de desastres naturais. Em 2023, o Rio Grande do Sul sofreu com ciclones e enchentes que afetaram mais de 359 mil pessoas e causaram destruição em várias cidades, prejudicando tanto áreas urbanas quanto rurais. A força das enchentes arrastou infraestruturas, bloqueou rodovias e deixou centenas de milhares sem energia elétrica. Muitos agricultores enfrentaram perdas severas em plantações e rebanhos, além de danos ao maquinário e instalações
Além disso, queimadas, especialmente na Amazônia, também têm trazido sérios prejuízos. Em nível internacional, fenômenos como o furacão Idalia nos Estados Unidos e o furacão Lee nas ilhas do Caribe causaram grandes estragos, destacando uma tendência global de eventos climáticos extremos.
O furacão Milton, classificado como um dos mais intensos da temporada de 2024, causou impactos significativos na agricultura, particularmente nas regiões mais afetadas, como a Flórida. Este furacão atingiu a categoria 5 e trouxe ventos extremamente fortes, inundações e chuvas intensas, que devastaram culturas agrícolas variadas. As colheitas de frutas cítricas, como laranjas e limões, foram duramente atingidas, além de plantações de vegetais e de cana-de-açúcar, resultando em perdas financeiras significativas para os produtores locais.
Os ventos e a chuva intensa destruíram estruturas agrícolas, como estufas e sistemas de irrigação, e também comprometeram a fertilidade do solo devido à erosão causada pela força da água. Com isso, além das perdas imediatas, muitos agricultores enfrentam desafios a longo prazo para restaurar suas terras e replantar suas culturas, uma vez que a recuperação do solo e a reparação de danos estruturais são demoradas e custosas
Os eventos climáticos extremos como o furacão Milton ressaltam a importância de seguros agrícolas e de estratégias de mitigação de riscos para proteger os agricultores contra perdas devastadoras, visto que esses eventos podem afetar significativamente a produção e, consequentemente, a cadeia de abastecimento de alimentos.
Esses incidentes ressaltam a necessidade de adaptação, tanto na agricultura quanto na sociedade em geral, incluindo a implementação de estratégias de gestão de riscos. A conscientização sobre a disponibilidade de seguros rurais, que ajudam a mitigar os prejuízos financeiros decorrentes desses eventos, torna-se cada vez mais essencial para proteger produtores rurais e a cadeia de produção agrícola como um todo.