Impactos climáticos severos do El Niño e La Niña ameaçam resiliência econômica na América Latina
- 10/ julho / 2024
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Estudo da Swiss Re Institute destaca vulnerabilidades regionais e a necessidade urgente de adaptação e mitigação
Por Redação
A América Latina está enfrentando um período crítico de instabilidade climática, conforme revela o estudo “Economic insights El Niño y La Niña in Latin America: when it rains, it pours”, produzido pela Swiss Re Institute. Com chuvas torrenciais recentemente associadas ao fenômeno El Niño no Brasil, a região se prepara agora para uma rápida transição para o La Niña, o que poderá testar severamente as já conhecidas lacunas de proteção contra eventos climáticos induzidos pelo ENOS (El Niño-Oscilação Sul).
O El Niño de 2023-24 trouxe ondas de calor intensas para o Brasil, incêndios florestais no Chile, Argentina e Colômbia, além de inundações em várias outras regiões. Chuvas torrenciais recentemente atingiram o sul do Brasil, resultando em mortes, inundações e deslizamentos de terra. Em contraste, o Panamá experimentou secas severas, afetando drasticamente o trânsito de navios no Canal do Panamá, uma rota comercial vital.
As variações nas exportações de commodities, induzidas pelo ENOS, afetam diretamente o crescimento econômico e a inflação na região. A agricultura, em particular, sofre grandes interrupções, impactando fortemente as comunidades rurais. O último evento de La Niña (2021/22) causou secas recordes, quebra de safras e aumento global nos preços dos alimentos. No Brasil, os sinistros de seguros agrícolas aumentaram 47% em 2022.
Para enfrentar esses desafios, a pesquisa destaca a necessidade de medidas de adaptação e mitigação, além de uma maior adoção de produtos de seguros. Exemplos incluem a construção de reservatórios multiuso, como o proposto pela Autoridade do Canal do Panamá, para enfrentar as estações secas.
A infraestrutura regional também precisa de investimentos significativos. Há uma diferença entre os gastos reais e a necessidade estimada em 1,3% do PIB em 2023, colocando a América Latina atrás apenas da África entre as regiões emergentes.
O estudo da Swiss Re Institute enfatiza a importância de uma abordagem multifacetada para lidar com os impactos do ENOS na América Latina. A resiliência regional depende não apenas de seguros eficazes, mas também de estratégias robustas de adaptação e mitigação. Com eventos climáticos severos se tornando cada vez mais frequentes, a preparação e a ação proativa são essenciais para proteger as economias e comunidades vulneráveis da região.
Principais conclusões do estudo
Para ler o estudo completo, acesse: El Niño e La Niña na América Latina: quando chove, chove | Suíça Re (swissre.com)