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Embrapa Brasil: seis biomas e seis agronegócios mundiais

Por Congresso Nacional das Mulheres no Agro

A programação do primeiro dia da 8ª edição do Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio – CNMA seguiu com o painel “Embrapa Brasil: 6 Biomas e 6 Agronegócios Mundiais”. Moderado pela presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Silvia Massruhá, contou com a participação da chefe-geral de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Caprinos e Ovinos, Ana Clara Cavalcanti; da chefe-geral da Embrapa Agrobiologia, Cristhiane Oliveira da Graça Amâncio; da chefe-geral da Embrapa Rondônia, Lúcia Wadt; e da chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente, Paula Packer. 

“Reunimos quatro pesquisadoras com carreiras reconhecidas internacionalmente e que hoje são gestoras da Embrapa. É um orgulho apresentar este painel ao lado delas”, comentou a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, que destacou: “A Embrapa tem o objetivo de melhorar a produção, focando tanto em aspectos econômicos, quanto florestais e sociais”. 

Neste sentido, a chefe-geral da Embrapa Agrobiologia, Cristhiane Amâncio, completou que é muito importante reconhecer o trabalho da Embrapa. “A Agrobiologia é uma unidade que foca essencialmente em insumos biológicos e restauração de áreas degradadas, bem como metodologias para a redução da emissão de gases de efeito estufa”. 

Segundo Cristhiane, hoje se fala muito no uso de produtos de base biológica e de estimular a renda do pequeno e médio produtor de forma sustentável. “É importante reforçar que a agenda de sustentabilidade tem uma demanda muito forte no protagonismo feminino, em decorrência dos aspectos do cuidado, do bem-estar animal e do beneficiamento da comunidade, evidenciando a importância das mulheres, não apenas como protagonistas, mas como executoras de diversas ações voltadas para a sustentabilidade”. 

O protagonismo da Embrapa na temática de insumos biológicos passa, sobretudo, em estudar os princípios biológicos já disponíveis na natureza, e como melhor utilizar esses nutrientes para que, usando essas bases naturais, se consiga obter mais respostas, seja para crescimento da produção, fertilidade, controle biológico ou substituição de pesticidas agrícolas. 

“Temos também uma frente de aproveitamento de áreas para produção orgânica que sejam mais responsivas, bem como para a promoção de segurança alimentar, especialmente em ambientes urbanos. Buscamos otimizar os pequenos espaços para que as populações mais carentes tenham acesso a alimentos de mais qualidade, promovendo alternativa de renda e alimentação para garantir a segurança pública e diminuir os riscos de vulnerabilidade”, acrescentou a chefe-geral da Embrapa Agrobiologia, Cristhiane Amâncio. 

Na Embrapa desde 1996, a chefe-geral de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Caprinos e Ovinos, Ana Clara Cavalcanti, destacou como a Instituição usa a ciência para alimentar a população, especialmente do semiárido, tendo atuado no Brasil, África e América Latina, gerando soluções simples para problemas complexos e garantindo a segurança alimentar em ambientes inóspitos.  

“Temos na mídia uma visão de que o semiárido é pobre, seco e sem oportunidade. Mas nós temos a felicidade de viver nesse bioma rico e exclusivamente brasileiro, resiliente e que se adequou há anos de intervenções. Vemos que, apesar de tudo, temos muitas oportunidades com uma biodiversidade muito rica”, acrescentou Ana. 

Ainda, segundo a pesquisadora, a caatinga pode ser uma floresta produtiva, que fornece forragem para os animais, além de ser uma matriz energética. Este bioma permite fazer combinações por meio de sistemas integrados agroflorestais que aumentam em mais de 30 vezes o suporte de produção e reduz em 30% as emissões de gases de efeito estufa na caatinga. 

“Esses sistemas integrados têm permitido, nestes ambientes, o desenvolvimento de uma agropecuária sustentável, preservando a caatinga e mantendo a biodiversidade, como por exemplo, inserindo a apicultura na produção, gerando um mel que hoje se tornou uma commodity e já está sendo exportado para outros países e movimentando a economia”, frisou Ana Clara Cavalcanti.  

Integrando o time da Embrapa Amazônia desde 1998, a chefe-geral da Embrapa Rondônia, Lúcia Wadt, explicou que, no bioma amazônico, as unidades da Instituição atendem às demandas especificas da região, trabalhando com sustentabilidade, integrando floresta e agronegócio, em sistemas mais tecnificados que trazem mais produtividade com menor uso de recursos naturais. 

“Nosso desafio sempre foi fortalecer a bioeconomia na Amazônia integrando povos e produtividade de maneira sustentável. Um exemplo é o ‘Robustas Amazônicos’, projeto que surgiu em Rondônia com cafés especiais. A Embrapa, junto com outras instituições e produtores, selecionou os materiais genéticos em um projeto que começou em 2017 ao lado de povos originários. Hoje são 300 famílias nesta aldeia, com mais de 500 hectares cultivados dentro de área indígena e de pequenos proprietários, prova de que tecnologia e inserção tecnológica pode trazer ganhos para as comunidades locais”. 

“É muito gratificante dar nosso depoimento como cientistas e mulheres que conseguiram alçar diferentes áreas e levar ciência para todo o Brasil”, afirmou a chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente, Paula Packer, que disse: “É preciso analisar as fronteiras do crescimento e buscar crescer com sustentabilidade, levando ciência para todos os setores produtivos”. 

Ainda, segundo Packer, é impossível trabalhar a sustentabilidade de forma única. “Gosto de falar que existem cinco verticais dos problemas de agricultura para serem resolvidos no futuro: insegurança alimentar, insegurança energética, mudanças climáticas, escassez hídrica e vulnerabilidade”.  

Para ela, neste sentido, a solução pode ser olhar para uma agricultura de baixo carbono com diferentes tecnologias, como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), tecnologias de sequestro de carbono, bem-estar animal, agricultura de baixo carbono, plantio direto, sistemas agroflorestais, entre outros. 

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